DISTRIBUIÇÃO DAS FORMAS DE FUNDO E PADRÕES SEDIMENTARES NO PORTO DO MUCURIPE, FORTALEZA-CEARÁ
DOI:
https://doi.org/10.20502/rbg.v19i2.1278Palavras-chave:
Porto do Mucuripe, Canal de Acesso, Ecofácies.Resumo
A ponta do Mucuripe apresenta desde a década de 1930 constantes alterações morfológicas nos setores emersos e submersos. A área de estudo é o setor submarino adjacente ao porto do Mucuripe em Fortaleza-CE, no qual foi realizada uma análise das repostas acústicas do substrato associado a constantes intervenções para o gerenciamento portuário. Classificou-se a morfologia submersa do porto do Mucuripe levando em consideração a visão integrada das condicionantes ambientais (processos, formas e intervenção antrópica) na construção da paisagem submarina. Foi utilizada sísmica de alta resolução, sonografia, e compilação de dados sedimentológicos. As respostas acústicas produto dos padrões de sedimentação e das formas submersas constituíram as ecofácies. A ecofácies I está associada a substratos lamosos (principalmente lama fluida) com refletores em subsuperfície, relacionado principalmente à bacia de evolução e canal de acesso portuário (áreas abrigadas pelo molhe do Titã). A ecofácies II possui camadas em subfundo bem compactas, onde não se observa nitidamente os refletores, está associada à evolução da ecofácie I e consequente compactação, também localizada em setores abrigados. Estas duas ecofácies apresentam o padrão morfológico de fundo plano como dominante, sendo interrompido apenas nos setores com marcas de dragagens – os canalículos. A ecofácies III apresenta alto coeficiente de reflexão, substrato relacionado à sand ripples e dunas subaquosas, associado predominantemente aos setores desabrigados do molhe. A ecofácies IV está associada a substratos rochosos e possui elevado backscattering, localiza-se no setor sul adjacente ao Píer. Como padrões morfológicos destacam-se as feições produto das dragagens no canal de acesso portuário e bacia de evolução – taludes, canalículos e montículos. Evidenciou-se o contraste granulométrico entre o canal e as adjacências, sendo que no setor desabrigado é observada a predominância de fundo arenoso com consequente presença de micro-feições – sand ripples e macro-feições – banco/dunas e na área abrigada o predomínio de sedimentos finos. Foi observado um objeto à semelhança de uma embarcação de pequeno porte naufragada nas proximidades do Píer. A presença de lama fluida, principalmente, dentro do canal no setor da bacia de evolução se deve ao aporte de sedimentos finos (<0,062mm) que se deposita devido à baixa hidrodinâmica (efeito “sombra” do molhe do Titã). O assoreamento constante no setor abrigado impõe o mapeamento dos setores de lama fluida. Este fato se torna de fundamental importância para gerenciar os locais em que necessitam de dragagens de manutenção, para garantir profundidades seguras para a mobilidade naval.
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