COMPARTIMENTAÇÃO GEOMORFOLÓGICA E MORFOTECTÔNICA DO GRÁBEN DO CARIATÁ, PARAÍBA, A PARTIR DE IMAGEAMENTO REMOTO

Resumo

Desde a sua identificação, a unidade geomórfica Gráben do Cariatá se tornou se fundamental importância para a interpretação do cenário morfotectônico regional no contexto do rebordo leste do nordeste do Brasil, desafiando algumas hipóteses prévias sobre a evolução geomórfica do piemonte do planalto da Borborema. Neste sentido faz-se necessário refinar o conhecimento referente à história geomórfica do gráben, de seus preenchimentos sedimentares, unidades pedo-estratigráficas e controles lito-estruturais sobre as associações de formas de relevo. Um estudo desta ordem pode lançar luz sobre a evolução dos compartimentos escalonados que antecedem a escarpa da Borborema e suas implicações sob pontos de vista páleo-climáticos e neotectônicos, a partir de abordagens que prescindam da utilização do conceito das superfícies regionais de aplainamento. A combinação de Modelos digitais do terreno e imagens de satélite propiciaram uma modelagem mais precisa da área de estudo, sendo uma importante ferramenta para a análise da influencia da neotectônica sobre a compartimentação do relevo. Desse modo, feições como escarpas, facetas triangulares, anfiteatros de erosão e vales lineares foram identificados a partir de técnicas de sensoriamento remoto e estão estritamente ligadas às linhas de reativação de falhas no gráben. A rede de drenagem principal da área de estudo, o rio Paraíba, também está influenciada pela dinâmica morfotectônica, o que se faz explicitar a partir de uma incisão de maior ordem em determinados setores, resultando mesmo no abandono da antiga planície sob a forma de terraços erosivos.