Análise Espacial com SIG de Parâmetros Ambientais e Comportamento Hidrológico (Chuva-Vazão) de uma Bacia de drenagem Montanhosa na Serra Dos Órgãos: Bacia Do Paquequer, Município De Teresópolis, RJ.
DOI:
https://doi.org/10.20502/rbg.v8i1.83Resumo
Este trabalho tem como objetivos principais apresentar e analisar, por meio de Sistema de Informação Geográfica, a distribuição espacial dos parâmetros ambientais, na escala 1:50.000, e discutir a possível influência destes na dinâmica hidrológica de chuvavazão da bacia do Paquequer. Este rio (5ª ordem, 30 km de comprimento) nasce na Serra dos Órgãos e drena 269 km2 para o vale do Paraíba do Sul. A pluviosidade anual varia de 1500 mm a jusante da bacia até mais de 3000 mm na cabeceira e as chuvas predominam no verão. Em 1996, a vegetação da bacia era composta por um mosaico de diferentes estágios de sucessão ecológica até Floresta Ombrófila Densa - Mata Atlântica, em fragmentos de diferentes tamanhos, e 25 % da área com uso urbano/rural. Na bacia ocorrem 3 unidades geológicas (Granito Teresópolis, Batólito Serra dos Órgãos (gnaisse) e Unidade Rio Negro (migmatito). Os afloramentos rochosos (5 % da área) são importantes feições da paisagem (principalmente no Granito Teresópolis). As unidades estão sobrepostas por colúvios, colúvios ricos em blocos, elúvio e pouca quantidade de depósitos aluvionares. Os Cambissolos são dominantes, com poucos Latossolos (preferencialmente associados a Unidade Rio Negro) e Gleissolos nos vales. Uma coletânea, unificação e análise das relações espaciais dos dados de geologia, solos, declividade, formação superficial, hidrografia, vegetação e uso mapeados pelo projeto Teresópolis (UERJ/IBGE) foi elaborada por intermédio do ArcGis Desktop 9.2. Os resultados do SIG apontam que a geologia da bacia condiciona diferentes paisagens. No Granito Teresópolis as classes de maior declividade, os afloramentos rochosos e os colúvios com blocos têm maior significado. As classes Gleissolo e Latossolo adquirem importância significativa na unidade Rio Negro. A investigação por meio de GPR e granulometria de uma sub-bacia identificou padrões geofísicos e granulométricos associados à rocha fresca, solo e colúvio com blocos. Na Estação Parnaso (INMET) (cabeceira da bacia do Paquequer) choveu 2945 mm no ano monitorado, enquanto na Estação Providência (UERJ/CPRM) (fim da bacia) choveu 1447 mm. Os meses de novembro a março foram os mais chuvosos e junho a setembro os mais secos. A vazão média do rio Paquequer ao longo de um ano é de 5,6 m3/s. A vazão mensal acompanha as tendências da precipitação, sendo controlada pela precipitação na cabeceira. A hidrógrafa decorrente de um evento de chuva na cabeceira da bacia demora entre 10 a 34 horas para alcançar o fim da bacia. Em termos hidrológicos a presença dos paredões rochosos, o uso urbano e os Cambissolos e solos litólicos (menos desenvolvidos) são os responsáveis pelos fluxos mais rápidos. Entretanto a forma alongada, os colúvios e elúvios são fontes de fluxos mais lentos que estabelecem uma boa correlação entre a chuva na cabeceira e a vazão na saída da bacia.
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