EROSÃO E RECUPERAÇÃO DE PRAIAS REFLETIVAS DE ALTA ENERGIA IMPACTADAS POR ONDAS DE TEMPESTADE GERADAS POR CICLONE TROPICAL
DOI:
https://doi.org/10.20502/rbg.v21i2.1455Palavras-chave:
Morfodinâmica de Praia, Impacto de Tempestade, Recuperação de praiaResumo
Praias refletivas possuem como características principais estoque sedimentar emerso, alto gradiente da face de praia e zona de surfe estreita ou inexistente. Geralmente ocorrem em costas abrigadas, com baixa energia de ondas, entretanto, podem ocorrer em costas abertas, submetidas a alta energia, desde que os sedimentos tenham tamanho superior ao de areia média (>0,25 mm). Em decorrência da zona de surfe estreita ou inexistente, as ondas tendem a arrebentar direto na face de praia, induzindo em maior resposta erosiva que outros estados morfodinâmicos, quando submetidas a eventos de tempestade. Em abril de 2010, um ciclone tropical no Atlântico Sul ocasionou um evento de tempestade em que as ondas atingiram 4,7 m de altura significativa e 13 s de período, além de direção média de ESE/SE, que teria aumentado a exposição das praias do litoral centro-norte fluminense. O objetivo deste trabalho foi analisar os impactos provocados por essa tempestade e posterior recuperação natural, nas praias de Rio das Ostras e Mar do Norte - RJ, com características refletivas, submetidas à alta energia. A variação morfológica e volumétrica foi aferida a partir de perfis topográficos transversais à praia, antes, durante e após a tempestade. O comportamento de ambas as praias no período anterior a tempestade indica padrão rotacional e de oscilação de praia, onde os trechos sul tendem à acreção durante o verão e erosão durante o inverno, os trechos norte apresentam padrão de erosão/acreção inverso aos trechos sul, e, os trechos centrais da praia atuariam como centro pivotante. A tempestade ocasionou erosão média de 132 m3/m em Rio das Ostras e 42 m3/m em Mar do Norte, representando uma perda sedimentar de 63% e 22%, respectivamente. As taxas erosivas experimentadas nessa tempestade se comparam ao volume erodido pelo furacão Sandy, em New Jersey, onde as alturas de onda teriam sido cerca de 3 m superiores as alturas de ondas obtidas na tempestade analisada neste trabalho. A recuperação de todas as praias ocorreu de forma natural, onde boa parte do volume emerso existente no período anterior a tempestade foi recuperada no primeiro mês, entretanto, em alguns pontos de monitoramento a recuperação total levou cerca de 23 meses.Downloads
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Publicado
01-04-2020
Como Citar
Oliveira Filho, S. R., Santos, R. A., & Fernandez, G. B. (2020). EROSÃO E RECUPERAÇÃO DE PRAIAS REFLETIVAS DE ALTA ENERGIA IMPACTADAS POR ONDAS DE TEMPESTADE GERADAS POR CICLONE TROPICAL. Revista Brasileira De Geomorfologia, 21(2). https://doi.org/10.20502/rbg.v21i2.1455
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Artigos
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