BARREIRAS COSTEIRAS HOLOCÊNICAS: GEOMORFOLOGIA E ARQUITETURA DEPOSICIONAL NO LITORAL DO RIO DE JANEIRO
DOI:
https://doi.org/10.20502/rbg.v16i2.619Palavras-chave:
Geomorfologia costeira, radar de penetração do solo, nível médio do marResumo
O presente trabalho tem como objetivo caracterizar a morfologia e arquitetura deposicional dos principais tipos de barreiras costeiras holocênicas, a partir de exemplos do litoral do Rio de Janeiro. O trabalho se concentrou em trechos do litoral centro-norte do Rio de Janeiro, abarcando a planície do Peró em Cabo Frio, o litoral de Quissamã e a planície deltaica do rio Paraíba do Sul, em Gargaú. Foram utilizados dados morfológicos e morfodinâmicos a partir de levantamentos topográficos transversais à praia, e também por mapeamento em planta em escala de detalhe e regional. A arquitetura deposicional foi obtida com sistema GPR em modo Common-Offset, com antena de 400 Mhz. Em Gargaú, a morfologia de cristas de praia reflete a migração do ambiente praial sobre a antepraia, compondo uma planície costeira regressiva, associado ao aporte fluvial do rio Paraíba do Sul. Foi estimada uma progradação de aproximadamente 12 m/ano. Em Quissamã, a morfologia da barreira truncando lagunas costeiras evidencia a composição transgressiva, também expressa nas radarfácies de leques de transposição, depósito lagunar e esporão. Estes corpos lagunares têm sido associados ao máximo transgressivo Holocênico, entre 6.000 à 5.000 anos A.P. Esta área não recebe aporte sedimentar moderno do rio Paraíba do Sul sendo, provavelmente, um fator para as condições transgressivas da barreira. O monitoramento da linha de costa tem indicado um recuo da escarpa erosiva em torno de 1m/ano. A tipologia de barreira agradacional foi identificada na praia do Peró, caracterizada pelo desenvolvimento de dunas frontais sobre substrato praial ou lagunar. A arquitetura interna apresenta radarfácies eólicas que foram transportadas por ventos de mar pra terra e fixadas pela vegetação. O estado intermediário/dissipativo da praia também é um elemento importante para o desenvolvimento das dunas frontais e consequente empilhamento vertical da barreira. O comportamento da linha de costa é estável e a barreira apresenta boa resiliência para recuperação frente aos eventos de tempestade. Conclui-se que, mesmo com a diminuição relativa do nível do mar durante o Holoceno Tardio, outros fatores influenciam a morfologia e a arquitetura deposicional das barreiras costeiras ao longo do litoral do Rio de Janeiro, tais como o aporte sedimentar, a exposição á eventos de tempestade, a morfodinâmica de praia e potencial eólico. Ressalta-se, ainda, a importância da integração de dados geofísicos e geomorfológicos nos resultados apresentados.Downloads
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Publicado
27-06-2015
Como Citar
Fernandez, G. B., & da Rocha, T. B. (2015). BARREIRAS COSTEIRAS HOLOCÊNICAS: GEOMORFOLOGIA E ARQUITETURA DEPOSICIONAL NO LITORAL DO RIO DE JANEIRO. Revista Brasileira De Geomorfologia, 16(2). https://doi.org/10.20502/rbg.v16i2.619
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Seção
Artigos
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