EVIDÊNCIAS DE REARRANJOS FLUVIAIS NO INTERFLÚVIO AMAZONAS-ESSEQUIBO - AMAZÔNIA SETENTRIONAL
DOI:
https://doi.org/10.20502/rbg.v20i3.1520Palavras-chave:
capturas fluviais, bacia Amazônica, mapeamento geomorfológicoResumo
A região Amazônica, entre diversos fatores, destaca-se por apresentar um mosaico de paisagens, inseridas no grande sistema fluvial do rio Amazonas. No entanto, a porção setentrional desta região ainda necessita de um aprofundamento em estudos, principalmente em caráter geológico/geomorfológico. Neste contexto, a bacia hidrográfica do rio Branco - localizada no Estado de Roraima/Brasil, que drena em direção ao rio Amazonas, mas se localiza no tríplice divisor hidrográfico com as dos rios Orenoco (Venezuela) e Essequibo (Guiana) - apresenta evidências de rearranjo de drenagens em diversos de seus tributários, assim como ocorre no rio Maú, extremo nordeste da área, no interflúvio entre as bacias do Amazonas e Essequibo. Portanto, este estudo tem como objetivo a interpretação de evidências de rearranjo de drenagem, no médio/baixo curso do rio Maú, tais como capturas fluviais e depósitos aluvionares, por meio de análises em imagens de sensoriamento remoto e dados morfométricos obtidos de MDE’s. Os procedimentos de análise basearam-se na interpretação de imagens de sensoriamento remoto do satélite SENTINEL-2, 10x10 metros, sensor MSI, em conjunto com dados morfométricos obtidos dos MDE’s ALOS/PALSAR, 12,5x12,5 metros e SRTM/TOPODATA, 30x30 metros, afim de analisar a rede de drenagem, feições morfológicas e depósitos aluvionares. Os dados interpretados indicam que o sistema fluvial do médio/baixo curso do rio Maú possuía pouca ação erosiva, pois seu nível de base regional permitiu o transbordamento lateral e a formação da rede de paleocanais distributários, constituindo feições de leques aluvionares, sendo estes canais afluentes do rio Rupununi (bacia do Essequibo). Posteriormente, em decorrência de uma aparente mudança no nível de base regional do rio Branco, favoreceu a captura do rio Maú para a Bacia Hirográfica Amazônica, reorganizando os sistemas de drenagem local e consequentemente, promovendo mudanças na paisagem. Tais conclusões abrem espaço para estudos futuros que visem datar os depósitos sedimentares e assim remontar a idade dos sistemas de leques e da captura da região drenada pelo rio Maú para a bacia Amazônica.
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