GEOMORFOLOGIA FLUVIAL DO BAIXO RIBEIRA DE IGUAPE, SÃO PAULO, BRASIL

Autores

  • Yuri Veneziani Universidade de São Paulo
  • Cleide Rodrigues Universidade de São Paulo
  • Juliana da Costa Mantovani Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.20502/rbg.v20i3.1545

Palavras-chave:

Inundação, Planície meândrica, Hidrogeomorfologia, Mapeamento geomorfológico, Gráben de Sete Barras, Ribeira de Iguape.

Resumo

As inundações são um dos mais graves riscos sociais da atualidade em todo Mundo. No Estado de São Paulo, uma das áreas mais vulneráveis é o médio e baixo terços do Vale do Ribeira, onde recorrentes inundações têm levado a graves crises sociais e econômicas. A abordagem geomorfológica, por meio da cartografia geomorfológica, permite indicar fatores do sistema físico que influenciam na suscetibilidade dos ambientes, pertinentes às escalas espaciais e temporais do fenômeno, avançando na identificação de processos hidrodinâmicos e realização de interpretações morfogenéticas. Este estudo objetivou a compreensão da geomorfologia fluvial da planície meândrica do baixo Ribeira de Iguape, interpretando tendências hidromorfodinâmicas relativas aos processos inundação e apontando aspectos da morfogênese regional. A investigação procedeu com elaboração de mapeamento geomorfológico em 1:50.000, envolvendo etapa de gabinete, com fotointerpretação analógica a partir de estereoscópicos e restituição digital em SIG; e campo, com campanhas para validação de limites espaciais e levantamento de materiais amostrais. Os resultados indicaram ampla variedade de formas e materiais correlativos de canal, planície e terraço no sistema meândrico do baixo Ribeira de Iguape e de paleoambientes fluviais, permitindo a divisão do trecho estudado em duas metades com características geomorfológicas distintas. Quanto à morfogênese, a distribuição das formas e seus arranjos demonstraram o controle estrutural da evolução do Graben de Sete Barras na definição de distintos índices de sinuosidade entre as metades de montante e jusante, acompanhadas da alteração do padrão de forma das seções transversais, concentração de barras arenosas e ilhas. Há interferências de tal controle na formação e resiliência das superfícies de terraços altos no trecho. Quanto à morfodinâmica, a variabilidade de formas mapeadas implica distintas tendências de processos hidrodinâmicos. A montante, além de terraços (que denunciam a incisão fluvial), prevalece níveis de planície e backswamps sugerindo a predominância de mecanismos de inundação na elaboração da planície; enquanto à jusante, a presença de meandros abandonado, cordões arqueados e amplas barras arenosas laterais permite afirmar que são dominantes os processos de migração lateral. O mapeamento geomorfológico viabilizou apontamento de tendências espaciais e temporais relativas às inundações nos distintos compartimentos, para os quais graus de suscetibilidades podem ser atribuídos. Por outro lado, a variabilidade de formas revelou que as relações hidráulicas são descontínuas espacial e temporalmente, impossibilitando o estabelecimento de valores únicos de cota-vazão para extremos fluviais. A compreensão da vulnerabilidade à inundação e sua contribuição à gestão de risco devem passar por aspectos relativos à conectividade dos fluxos na planície fluvial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Yuri Veneziani, Universidade de São Paulo

Departamento de Geografia, Geografia Física e Geomorfologia Fluvial

Cleide Rodrigues, Universidade de São Paulo

Departamento de Geografia, Geografia Física e Geomorfologia

Juliana da Costa Mantovani, Universidade de São Paulo

Departamento de Geografia, Geografia Física e Perícia

Downloads

Publicado

01-07-2019

Como Citar

Veneziani, Y., Rodrigues, C., & Mantovani, J. da C. (2019). GEOMORFOLOGIA FLUVIAL DO BAIXO RIBEIRA DE IGUAPE, SÃO PAULO, BRASIL. Revista Brasileira De Geomorfologia, 20(3). https://doi.org/10.20502/rbg.v20i3.1545

Edição

Seção

Artigos