O PAPEL DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS DO QUATERNÁRIO SUPERIOR NA DINÂMICA EVOLUTIVA DE PALEOVALE DE SEGUNDA ORDEM (SUL DO BRASIL)

Autores

  • Julio Cesar Paisani Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus Francisco Beltrão - Núcleo de Estudos (Paleo)Ambientais (NEPA)
  • Marcia Regina Calegari Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus Francisco Beltrão - Núcleo de Estudos (Paleo)Ambientais (NEPA)
  • Marga Eliz Pontelli Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus Francisco Beltrão - Núcleo de Estudos (Paleo)Ambientais (NEPA)
  • Luiz Carlos Ruiz Pessenda CENA/USP
  • Antonio Carlos de Barros Côrrea Universidade Federal de Pernambuco
  • Sani Daniela Lopes Paisani Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus Francisco Beltrão - Núcleo de Estudos (Paleo)Ambientais (NEPA), Bolsista Apoio Técnico CNPq
  • Edenilson Raitz Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus Francisco Beltrão - Núcleo de Estudos (Paleo)Ambientais (NEPA)

DOI:

https://doi.org/10.20502/rbg.v14i1.413

Palavras-chave:

colúvio, fitólitos, isótopos do carbono

Resumo

Este artigo traz resultados da aplicação simultânea das análises de isotópos do carbono do solo e de fitólitos na identificação de trocas de vegetação com inferências às mudanças climáticas do Quaternário tardio, associadas à dinâmica evolutiva de um dos paleovales das bacias de baixa ordem hierárquica da Superfície 2 do Planalto das Araucárias. A seção estratigráfica investigada se encontra entre os divisores de águas dos rios Iguaçú (PR) e Uruguai (SC), em situação de inversão de relevo. O registro estratigráfico foi caracterizado utilizando-se dos critérios conjugados da lito-, pedo- e aloestratigrafia, cuja cronologia foi estabelecida pelo 14C (AMS). Os dados obtidos neste trabalho foram insuficientes para detectar a mudança climática do último interestádio (EIM 3) para o Último Máximo Glacial (EIM 2) globalmente atestada na literatura. Registrou-se apenas a continuidade da presença de Campo Cerrado entre 41.000 (45.582 a 44.133 anos cal. AP) a 29.000 anos AP (34.249 a 33.243 anos cal. AP). O sistema geomorfológico manteve-se em equilíbrio dinâmico não alterando os processos erosivos de baixa energia nas encostas. Registra-se apenas mudança na dinâmica pedogenética de progressiva para regressiva em direção ao Último Máximo Glacial. Houve mudanças na dinâmica fluvial ao longo dos EIM 3 e 2 comandadas por eventos neotectônicos. As principais alterações no sistema geomorfológico ocorreram por conta da transição Pleistoceno/Holoceno (EIM 2/1) e durante o Holoceno. Na transição Pleistoceno/Holoceno a mudança na energia dos processos erosivos nas encostas, de baixa para alta foi abrupta, promovendo a colmatação do fundo de vale. A partir de então a área passa a apresentar morfologia de rampa de colúvios. Possivelmente entre Holocêno Inferior e Médio houve o estabelecimento de cobertura vegetal transicional de Campo Cerrado/FOM, indicando condições climáticas mais úmidas e quentes que o EIM 2 (Último Máximo Glacial). Nesse período a morfogênese nas encostas foi baixa. No Holoceno Médio e Superior registrou-se mudança no regime hídrico. No último milênio a ação antrópica (índios) foi responsável pela manutenção de Campo Limpo até a colonização no início do séc. XX, quando se instalou o Campo Cerrado atualmente encontrado na área. A dinâmica das encostas nesse período voltou a ser de processos erosivos de baixa energia, possivelmente comandados pelo escoamento superficial hortoniano.

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Biografia do Autor

Julio Cesar Paisani, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus Francisco Beltrão - Núcleo de Estudos (Paleo)Ambientais (NEPA)

Mestre e Doutor em Geografia pela UFSC, Coordenador do Laboratório de Microscopia Ótica (Micromorfologia) da UNIOESTE, Pesquisador CNPq

Marcia Regina Calegari, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus Francisco Beltrão - Núcleo de Estudos (Paleo)Ambientais (NEPA)

Mestre em Geografia pela UFSC e Dotora em Solos pela ESALQ

Marga Eliz Pontelli, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus Francisco Beltrão - Núcleo de Estudos (Paleo)Ambientais (NEPA)

Mestre e Doutora em Geografia pela UFSC, Coordenadora do Laboratório de Análise de Formações Superficiais da UNIOESTE.

Sani Daniela Lopes Paisani, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus Francisco Beltrão - Núcleo de Estudos (Paleo)Ambientais (NEPA), Bolsista Apoio Técnico CNPq

Graduada em Ciências Biológicas pela UNIPAR

Edenilson Raitz, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus Francisco Beltrão - Núcleo de Estudos (Paleo)Ambientais (NEPA)

Graduado em Ciências Biológicas pela UNIPAR e Mestre em Geografia pela UNIOESTE/Campus Francisco Beltrão

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Publicado

14-12-2013

Como Citar

Paisani, J. C., Calegari, M. R., Pontelli, M. E., Pessenda, L. C. R., Côrrea, A. C. de B., Paisani, S. D. L., & Raitz, E. (2013). O PAPEL DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS DO QUATERNÁRIO SUPERIOR NA DINÂMICA EVOLUTIVA DE PALEOVALE DE SEGUNDA ORDEM (SUL DO BRASIL). Revista Brasileira De Geomorfologia, 14(1). https://doi.org/10.20502/rbg.v14i1.413

Edição

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