Uma proposta metodológica para o mapeamento de superfícies de aplanamento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20502/rbg.v23i2.2094

Palavras-chave:

Planation Surfaces mapping, Geomorphometry, Clustering Algorithm.

Resumo

Este trabalho propõe uma metodologia de mapeamento de superfícies de aplanamento baseada na estratificação altimétrica automatizada. Nesta metodologia, conceitos matemáticos relacionados ao comportamento de variação da função frequência de pixels pela altitude são utilizados para obter o agrupamento das formas do relevo. A determinação automática dos grupos de dados permite distinguir as superfícies de aplanamento a partir de dados de elevação sem a interferência do tomador de decisões. O dado de entrada para a execução do algoritmo de mapeamento é a variação da elevação em função do número de pixels, extraídos dos dados do SRTM. O mapeamento das superfícies de aplanamento e a validação do algoritmo computacional foram realizados para uma área localizada no município de Chapada Gaúcha, Estado de Minas Gerais, Brasil, que apresenta duas superfícies de aplanamento reconhecidas na literatura. As formas de relevo da área de estudos foram associadas a três ciclos de aplanamento, interpretados como correspondentes às superfícies Pós-Gondwana, Sul Americana e Velhas, de King. Foram mapeadas formas remanescentes (preservadas) e dissecadas das superfícies Sul-Americana e Velhas, enquanto para a superfície Pós-Gondwana foram mapeadas apenas formas dissecadas. As superfícies mapeadas apresentaram importante correlação com os tipos de solo regionais, indicando que a distribuição espacial das formações superficiais está diretamente relacionada à distribuição das superfícies de aplanamento. Os resultados demonstraram que o algoritmo proposto pode revelar, de forma automatizada, a organização do relevo de uma região, indicar características das superfícies de aplanamento como grau de aplanamento e nivelamento, além de auxiliar na compreensão da relação entre formas de relevo e a distribuição dos tipos de solos. O método proposto é adequado para áreas com superfícies de aplanamento escalonadas, situadas em regiões tectonicamente estáveis e que não sofreram basculamento.

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Biografia do Autor

José Roberto Mantovani, Universidade Federal de Goiás

Graduação em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) - Bacharelado e Licenciatura. Tem experiência na área de Geotecnologias, com ênfase em Geografia Física. Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Doutor em Geografia pela na Universidade Federal de Goiás (UFG), no Instituto de Estudos Socioambientais (IESA). Possui experiência em projetos envolvendo Sensoriamento Remoto, Geoprocessamento e Sistema de informação Geográfica (SIG), tendo como enfoques atuais baseados na área de análise ambiental e tratamento da informação geográfica.

Guilherme Taitson Bueno, Universidade Federal de Goiás

Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1997), mestrado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2001) e doutorado em co-tutela em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Campus Rio Claro-SP, e em Sciences de la Terre pelo Institut de Physique du Globe de Paris (2009). Atualmente é professor do Curso de Graduação em Geografia, do Curso de Graduação em Ciências Ambientais e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Goiás - UFG. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Pedologia e Geomorfologia, atuando principalmente nos seguintes temas: paisagens naturais da Amazônia, sistemas latossolo/espodossolo, geoquímica e mineralogia de alteritas e solos, relações solo-relevo.

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Publicado

06-04-2022

Como Citar

Mantovani, J. R., & Bueno, G. T. (2022). Uma proposta metodológica para o mapeamento de superfícies de aplanamento . Revista Brasileira De Geomorfologia, 23(2), 1456–1480. https://doi.org/10.20502/rbg.v23i2.2094

Edição

Seção

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